Ao menos 200 famílias vivem da produção do mel de abelha em Roraima, cenário que tem se expandido nos últimos anos no estado. A previsão é que sejam coletadas cerca de 240 toneladas do alimento doce natural este ano. O assunto foi exibido no programa Amazônia Agro deste domingo (20), exibido na Rede Amazônica.
Um dos pioneiros no ramo da apicultura no estado é o produtor rural Waldemar Sartor, de 81 anos, dono de um apiário no município do Cantá, distante cerca de 35 quilômetros da capital Boa Vista. Trabalhar com a apicultura é uma oportunidade sustentável de renda e diversificação da produção rural em Roraima.
“Realmente, nós estamos em um índice bastante de produção. Muita gente está interessada em produzir mel porque é uma coisa lucrativa”, diz Sartor. E ele explica porque considera uma atividade com boa renda:
“Você gasta um dia por mês. Você vai lá, colhe, não precisa colocar vigia, não precisa vacinar, não precisa pagar alguém para cuidar. Ela está lá e te dá esse resultado. Daqui um mês, eles vão lá de novo. Vão tirar a mesma quantidade de mel. Então, economicamente, vale a pena”, avalia.
E não é apenas Waldemar Sartor que dedica a vida à apicultura. O trabalho se tornou um negócio familiar. Com ele, o filho Eduardo Sartor, de 41 anos, também contribui para o manejo das abelhas para que o resultado seja um mel de qualidade.
Na propriedade da família Sartor, o processo de coleta do mel é feito forma manual. Por isso, a ideia é que antes de investir no setor, seja feito um mapeamento de área. Depois de retirar os favos de mel, o alimento vai para uma cooperativa em Boa Vista onde é feito o beneficiamento – o processo que consiste em transformar o mel in natura em um produto comercial no mercado.
Com as queimadas registrada no início deste ano em Roraima, a estimativa é que a produção de mel seja menor que no ano passado. No entanto, os apicultores têm expectativa de vender para lugares fora do estado.
Para garantir a qualidade, os apicultores contam com orientação técnica, onde são faladas sobre como melhorar produção, aproveitar os recursos, além do uso de tecnologia.
“Nós estamos trabalhando para poder exportar o nosso mel do nosso estado. Temos um desafio a ser enfrentado que é conseguir o nosso SIF [Serviço de Inspeção Federal], a nossa Casa do Mel tá trabalhando. Estamos tentando conseguir o SIF, que é o que nos autoriza fazer a exportação do mel para outros países, como Alemanha, partes da Europa, e levar esse mel de altíssima qualidade de Roraima para o resto do mundo”, disse o técnico agropecuário Gustavo Vivian, que atua com a família Sartor e com outros apicultores no estado.
Rico em nutrientes, o mel tem uma série de benefícios ao consumo humano, como o seu alto potencial antioxidante e anti-inflamatório, além de ser um inibidor do crescimento de diferentes bactérias, vírus e fungos patogênicos, ou seja, apresenta atividade antimicrobiana, e tem propriedades anticancerígenas.
Fonte: G1.