Uma pesquisa realizada em experimento da Embrapa Amapá constatou que o Sistema de Recirculação Aquícola (RAS) baseado em biorreatores de leito móvel é eficiente para o tratamento de água na larvicultura do camarão-da-amazônia, devido possibilitar maior crescimento bacteriano e degradação de compostos nitrogenados. Resultados deste estudo serão apresentados pela bolsista Suzane Rodrigues de Oliveira, do Programa de Iniciação Científica PIBIC / CNPq / Embrapa, orientada pelo pesquisador Jô de Farias Lima, durante o XI Congresso Amapaense de Iniciação Científica, na manhã de 18/10 (terça-feira), na Universidade do Estado do Amapá (Ueap), em Macapá.
De acordo com a publicação técnica “Qualidade de água Qualidade de água e taxa de sobrevivência de larvas de Macrobrachium amazonicum em RAS utilizando biorreatores de leito móvel (mbbr)”, foram instaladas duas caixas de 100 litros acopladas a um decantador e filtro biológico, que continha 40% de enchimento com mídias K2. “A maturação do sistema ocorreu em torno de 30 dias com a inoculação de bactérias, ou seja, neste período o filtro demonstrou condições para a degradação de compostos nitrogenados. Posteriormente, as caixas foram povoadas com 20 mil e 25 mil larvas e despescadas com 18 mil e 24 mil pós-larvas, respectivamente em cada experimento”, descrevem os autores.
Os dados obtidos na pesquisa indicam que o sistema aquicultura de recirculação adotado é eficiente na manutenção da qualidade da água, garantindo boa taxa de sobrevivência na larvicultura do camarão. Na publicação, os autores destacam que “os parâmetros analisados mantiveram-se estáveis, principalmente a amônia e o nitrito, a taxa de sobrevivência nos cultivos foi acima de 90%, devido a boa qualidade de água e a maturação do filtro biológico sendo superior ao obtido na literatura”. O próximo passo será a validação do sistema em escala comercial.
O camarão-da-amazônia (Macrobrachium amazonicum) tem apresentado bons índices zootécnicos em âmbito experimental na larvicultura. Mas é necessário aprimorar a tecnologia de larvicultura da espécie, ainda realizada em sistemas de aquicultura de recirculação utilizando biorreatores de leito fixo caros e de difícil manutenção. Neste contexto, o estudo buscou uma alternativa para o tratamento de água na larvicultura do camarão-da-amazônia com o uso de MBBR (Biorreator de Biofilme de Leito Móvel), avaliando os parâmetros de qualidade de água e a taxa de sobrevivência larval. O XI Congresso Amapaense de Iniciação Científica está vinculado à programação local da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
*Com informações do site Embrapa