Descobertas ocultas na Amazônia: geoglifos revelam civilizações antigas em meio à floresta

Foto: Freepik/@ wirestock
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A Amazônia reúne cerca de trezentas espécies de mamíferos, 1.300 de aves e 40 mil de plantas. Esses são alguns dos tesouros visíveis desse bioma. Mas entre raízes se escondem outras riquezas da floresta.

Por baixo de toda a biomassa da Amazônia – que soma 75 bilhões de toneladas – cientistas encontram geoglifos – grandes figuras geométricas marcadas no chão que descortinam sinais do passado há muito escondidos.

“Essas estruturas são várias coisas diferentes, elas são pedaços de estradas, são aterros, são valas que provavelmente tinham um papel defensivo pra proteger aquelas antigas aldeias ou o que a gente chama de assentamentos também, que eram aquelas grandes aldeias do passado”, explica Eduardo Neves, diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

Para a arqueologia, essas marcas geométricas – que já eram visíveis em áreas desmatadas – provam a existência de civilizações organizadas vivendo na região amazônica séculos antes da chegada dos europeus.

Sem precisar desmatar, pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) conseguiram identificar estruturas semelhantes escondidas na mata fechada.

Mesmo mapeando menos de 0,1% da área da Amazônia, a pesquisa – que virou artigo na revista Science – encontrou 24 geoglifos até então desconhecidos nos estados de Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas e Pará.

Mas a estimativa é de que o número seja muito maior.

Com dados advindos de uma tecnologia chamada lidar, sigla em inglês que significa “detecção e alcance de luz” – um pequeno avião carrega um sensor que emite feixes de laser capazes de mapear a superfície do terreno de maneira tridimensional com a ajuda de satélites.

Debaixo da floresta, pesquisadores identificaram estruturas de áreas delimitadas, mais ou menos do tamanho de um quarteirão de uma cidade de hoje em dia, e estradas ligando uma estrutura a outra.

O que essas “cicatrizes” na floresta sugerem é que os povos originários tinham conhecimento para fazer manejo de rios e da vegetação. Só na área estudada, 53 espécies de árvores foram descritas como “domesticadas”.

Semana passada, outro artigo publicado na revista Science revelou ruínas de cidades de 2.500 anos na selva da área equatoriana da Amazônia. No México, foi encontrada ano passado uma cidade maia com pirâmides e palácios – totalmente enterrada.

Essa revolução tem aproximado a arqueologia de outra área de estudos: a antropologia. Descobertas físicas possibilitam novas leituras sobre a cultura dos povos originários do território brasileiro.

“Quando arqueólogos olham para as pirâmides maias, para as ruínas incas, mesmo para o Egito, eles vão falar na ideia de monumentalidade. A gente pode pensar que a Amazônia é a grande monumentalidade que a gente legou dos povos que habitaram esse tempo. A monumentalidade está na própria floresta, na própria paisagem”, exalta a antropóloga da Unicamp Joana Cabral.

Fonte: G1.

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