Conhecer, fidelizar e engajar o usuário de um produto ou cliente de uma empresa não são missões fáceis de serem cumpridas. Todos os dias, marcas dos mais variados segmentos buscam atrair consumidores fiéis para comprar seus lançamentos ou trazer para si novos clientes.
Através do diálogo mediado e com o uso de plataformas tecnológicas por equipes especializadas, a prospecção de vendas e a captação de negócios passam por dois pontos fundamentais: a compreensão do comportamento e experiência do usuário e a proposição de soluções que atendam suas necessidades de consumo.
Por isso, iniciativas que valorizam estratégias baseadas no Discovery Continuous (descoberta contínua) são essenciais para atender as exigências de mercado e não permitir que a marca ou empresa fique para trás em um cenário cada vez mais competitivo.
Planos de ação com o uso do Discovery Continuous não são necessariamente novos. Empresas dos mais diversos ramos ao redor do mundo, como Google, Dropbox e Uber utilizam essas estratégias em seus aplicativos e funcionalidades.
Aqui no Brasil, grupos de pesquisa científica auxiliam start-ups e empresas ligadas a manufatura a darem os primeiros passos no Discovery Continuous e valorizar o consumidor de seus produtos. Em Manaus, o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), possui um braço de inovação dedicado a projetos em estágio inicial nessa estratégia de vendas, a ByteMe.
Ao longo de cinco anos de atuação, dez empresas já passaram por alguma das fases de idealização e criação de um modelo baseado em Discovery Continuous. Integrante de grupos de pesquisa da ByteMe, a Product Designer Ádria Afonso descreve como o modelo é adotado na prática.
“O Discovery Continuous funciona a todo momento e em todas as fases do desenvolvimento de um software ou hardware. Quando vamos a um cliente e entendemos a necessidade dele nos momentos de ideação, prototipação e validação. E quando o produto vai ao mercado, mais uma vez há o teste do usuário. Isso é uma garantia de que o produto sempre vai atender a necessidade do consumidor”, contextualiza.
Para a também Product Designer e colega de trabalho de Ádria nos grupos de pesquisa, Brunna Talita cita o brainstorm (tempestade de ideias, em tradução livre) como um dos principais pontos para que a fase de ideação seja bem-sucedida, e ressalta que a participação coletiva é essencial nesses primeiros passos.
“É uma das atividades que podem ser feitas no período da descoberta, e o ideal é que seja feito por um time multidisclipinar. Ter a participação do designer, engenheiro de software, programadores e usuários, claro, para que a empresa consiga pensar na solução que ela quer chegar e resolver o problema inicial”, afirma.
Dificuldades e feedbacks
Ádria e Brunna citam algumas situações em que o processo de troca de ideias passou por turbulências nas primeiras fases. Elas são unânimes em afirmar que cada projeto deve ser único, levando-se em conta o tamanho da empresa e sua linha de segmentação comercial.
“No início trabalhávamos com start-ups e hoje atuamos com empresas de manufatura, então, alguns dos problemas são diferentes e, durante a parte do Discovery Continuous temos que ir mais a fundo para encontrar as soluções. Por outro lado, isso nos agrega muito. Encontramos conflitos que já vimos e utilizamos nosso conhecimento e experiência naquele problema”, diz Brunna.
Citando um case de uma empresa focada em minicentrais hidrelétricas que adotou na íntegra o Discovery Continuous, Ádria descreve um feedback recebido pelo CEO da instituição e relaciona com a efetividade da solução apresentada ao usuário.
“No início do processo, ele achava que seria perda de tempo, mas já no primeiro dia ele percebeu que seria bem frutífero esse processo para o negócio dele. Esteve presente em todos os processos e nos auxiliou bastante. Por isso digo que o principal desafio é você saber aplicar a ferramenta correta no projeto em questão, e além disso, trazer para a discussão todos os participantes envolvidos na fase de ideação do produto. É importante conceder a fala e dar a oportunidade de que todos sejam ouvidos”, finaliza.
Convenção Python Brasil
O assunto Discovery Continuous foi tema de um tutorial conduzido pelas duas especialistas na tarde de ontem, no espaço Samsung Ocean Manaus, localizado na Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA). A apresentação faz do ciclo de atividades da “Python Brasil”, que visa incentivar o uso e aprimorar conhecimentos específicos da linguagem de programação Python.
Divididos em dois ciclos de ação, a conferência – que é considerada a maior do gênero no Brasil e na América Latina, apresenta a profissionais, estudantes e entusiastas da área da tecnologia o uso prático da linguagem de programação Python, utilizada em softwares e aplicativos das principais empresas ao redor do mundo.
No primeiro ciclo, que segue até amanhã (19), cursos e tutoriais serão ministrados por equipes que utilizam do Python a principal ferramenta para desenvolvimento de projetos e produtos. Divididos em módulos de conhecimento do básico ao avançado, os participantes poderão operar na prática ou configurar um sistema para a realização de ações contínuas, por exemplo.
De quinta (20) a domingo (23), o Python Brasil acontece no Centro de Convenções Vasco Vasques, zona Centro-Sul. Neste espaço, serão realizadas palestras com referências na pesquisa e desenvolvimento de projetos. Além disso, o público poderá acessar estandes de empresas especializadas em inovações e soluções em tecnologia.
Quem não puder comparecer presencialmente em algum dia de atividades poderá acompanhar a transmissão ao vivo e gratuita das palestras que serão disponibilizadas pela organização do evento. Para acompanhar a transmissão on-line, o interessado deve se inscrever, também sem custos, através do site do evento.
No endereço eletrônico também é possível consultar a programação completa e as temáticas das palestras.
