O Amazonas novamente liderou o ranking anual dos estados brasileiros que mais investem na formação acadêmica de mestres e doutores. Os dados foram divulgados pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) durante o 64º Fórum Nacional do Confap, realizado em Vitória, Espírito Santo.
O levantamento, realizado pelo presidente do Confap, Odir Antônio Dellagostin, teve como referência o ano de 2023. O Amazonas ocupou a primeira posição na pesquisa, que considerou as bolsas concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pelo Conselho de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O maior percentual de bolsas veio do investimento do Governo do Amazonas, via Fapeam, por meio do Programa de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad) e do Programa de Apoio à Pós-Graduandos Fora do Estado do Amazonas (Posgfe).
A diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales Mendes Silva, atribui os resultados ao trabalho do governo: “Estamos muito felizes, porque é uma conquista que se repete, 2020, 2021, 2022 e 2023. Isso é possível porque o governo do Amazonas prioriza a ciência e investe fortemente nessa área, que gera serviços prestados e produção do conhecimento”, disse.
INTERIORIZAÇÃO DA CIÊNCIA
Márcia Perales também ressaltou a importância da interiorização da ciência, tecnologia e inovação, uma das prioridades do Governo do Amazonas.
Programas específicos para pesquisadores do interior incluem o Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas (Painter, Painter+ e Painter Infra CT&I) e o Programa de Fixação de Recursos Humanos para o Interior do Estado: Mestres e Doutores por Calha de Rio (Profix-RH).
“Os programas permitem que tenhamos mestres e doutores no interior e que eles possam fazer articulações com outros profissionais, alguns no mesmo patamar, com a mesma titulação, e outros não. Estamos sempre olhando para o interior e lançando editais para ampliar essas oportunidades e evitar a migração para Manaus ou para outros estados”, disse Márcia Perales.
Desafios
O presidente do Confap, Odir Antônio Dellagostin, apontou que para que os resultados continuem positivos, é necessário que haja uma vontade contínua de investir em grupos de pesquisa, especialmente em áreas com um número mínimo de pesquisadores qualificados, para que possam evoluir para programas de pós-graduação.
De acordo com Odir, o ponto mais importante dessa relação é o apoio financeiro a programas de pós-graduação emergentes e em consolidação para que avancem no conceito Capes:
“A desconcentração da formação de doutores, que até os anos 2000 ocorria quase só em São Paulo e Rio de Janeiro, está ocorrendo de forma contínua e é muito positiva. Porém, temos estados formando menos de 2 doutores por 100 mil habitantes por ano, enquanto outros estados titulam mais de 20 doutores por 100 mil habitantes por ano. Precisamos fortalecer programas existentes e criar novos programas preferencialmente nos estados com baixo índice de titulação”, afirmou o presidente do Confap.
INVESTIMENTOS EM MESTRES E DOUTORES
Somente em 2023, o Governo do Amazonas investiu mais de R$ 39 milhões nos programas Posgrad e Posgfe. Os programas oferecem bolsas de Mestrado (MS) e Doutorado (DR), além de auxílio financeiro, para instituições localizadas no estado do Amazonas com programas de Pós-Graduação Stricto Sensu credenciados pela Capes.
Os programas também apoiam residentes do estado que cursam pós-graduação em outras regiões do país, em áreas estratégicas.
No total, foram concedidas 1.049 cotas de bolsas pela Fapeam, além de auxílio financeiro para cinco instituições de ensino e pesquisa do Amazonas por meio do Posgrad. Desse número, 739 foram para mestrado e 310 para doutorado. Já o Posgfe apoiou 20 projetos distribuídos entre DR e MS.
Fonte: Gazeta da Amazônia.