Obras de arte feitas com tintas e pigmentos fabricados a partir de cinzas e carvão extraídos de áreas queimadas da Amazônia, criadas por 29 artistas contemporâneos indígenas e não indígenas de vários países, estão sendo expostas em um centro cultural de Londres e irão a leilão pela casa Christie’s no dia 9 de março.
Os recursos serão usados para comprar equipamentos de combate a incêndio e fornecer treinamento a indígenas de duas comunidades do Xingu, e também em iniciativas de reflorestamento em todo o território.
O projeto “From the Ashes” (Das Cinzas) é uma iniciativa da ONG Migrate Art, que desenvolve programas de apoio a comunidades vulneráveis por meio da arte, em colaboração com o centro de pesquisa artística da organização People’s Palace Projects, com sede em Londres.
Entre os trabalhos expostos está o do artista indígena brasileiro Aislan Pankararu.
Viagem à Amazônia inspirou projeto de arte
A ideia tomou forma a partir de uma viagem à Amazônia feita pelo fundador da Migrate Art, Simon Butler, junto com a equipe da People’s Palace Projects, em julho de 2022.
Os líderes dos povos Wauja e Kuikuro mostraram a Butler as áreas da floresta queimadas devido ao corte ilegal de madeira para dar lugar ao gado e à soja. Ele recebeu permissão para recolher cinzas e carvão, que foram transformados em pigmentos, tintas e nanquim usados para fazer desenhos.
As obras estão expostas na The Truman Brewery, e serão vendidas em um série de leilões de arte contemporânea e pós-guerra da Christie’s.
Os artistas participantes são Aislan Pankararu, André Griffo, Andy Goldsworthy, Antonio Tarsis, Alfie Caine, Cornelia Parker, Glenys Johnson, Gokula Stoffel, juiz Harminder, Idris Khan, artesãos indígenas das aldeias Ulupuwene e Topepeweke, John Kørner, Julie Curtiss, Kamo Waurá, Loie Hollowell, María Berrío, Mary Mattingly, Michel Mouffe, Nigel Cooke, Piers Secunda, Richard Long, Richard Woods, Robert Longo, Samuel de Saboia, Sarah Ball, Shezad Dawood, Simon Butler, Tal R, Tacita Dean e Tony Bevan.
Fonte: MediaTalks/UOL.