Mineração industrial gera exploração racional e recursos para municípios da Amazônia

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Série de reportagens destaca exploração de minérios na região Norte.

Os municípios da Amazônia são beneficiados com a mineração industrial, por meio da exploração racional de minérios e da consequente arrecadação dos royalties. Por outro lado, há impactos que podem ser irreversíveis provocados pelos garimpos ilegais.

Nesta segunda-feira (7), o JAP1 começou a exibir uma série de 5 reportagens especiais sobre a mineração na região Norte. A iniciativa faz parte da plataforma Amazônia Que Eu Quero, e mostra que é possível explorar recursos minerais da Amazônia afetando minimamente o meio ambiente.

Minério estocado no município de Serra do Navio — Foto: Fabiana Figueiredo/G1

De todas as atividades econômicas realizadas na região, a mineração talvez tenha a imagem mais negativa. O plantio de grãos ou a pastagem para a criação de gado, apesar de reduzir as áreas de floresta, mantém um cenário verde. No caso da exploração mineral, a imagem que se tem é de devastação ambiental. No lugar de árvores, a atividade garimpeira deixa buracos e muita lama.

O que torna a extração mineral tão reprovável é o garimpo ilegal feito de forma artesanal. Sem estrutura, a atividade gera pobreza e problemas sociais durante e depois que o mineral acaba, segundo o geólogo e mestre em geociências, Marco Oliveira.

“É sempre uma imagem muito negativa do que a mineração se traduz nas pessoas. Isso não é totalmente verdadeiro porque todo mundo depende dos bens minerais. Não existe civilização moderna sem os bens minerais. No entanto, pra se trabalhar na Amazônia, tem que ser um trabalho sustentável, não pode ser uma atividade clandestina, tem que haver o licenciamento ambiental correto. A Amazônia tem um ecossistema rico, frágil de certa forma, no entanto, nenhum país do mundo cresceu sem explorar seus recursos naturais”, disse Oliveira.

Garimpo ilegal em Tartarugalzinho, investigado pela Polícia Federal em 2017 — Foto: Divulgação/Polícia Federal

A mineração industrial é o caminho para a exploração racional dos recursos minerais da Amazônia. Os grandes projetos instalados na região geram recursos para os municípios onde são executados, que, se aplicados de forma correta, podem garantir um futuro melhor para os moradores locais.

Puxado pelo projeto Carajás, no Pará, o minério de ferro é, de longe, o que mais gera divisas em toda a região Norte. De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2021, o mineral rendeu quase R$ 2,5 bilhões com a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

Em 2º lugar vem o alumínio, com R$ 109 milhões. Além disso, aparece também o ouro, com arrecadação superior a R$ 100 milhões.

“Os depósitos minerais ocorrem em todo o planeta. As empresas são grandes, transnacionais, trabalham independente das fronteiras políticas. Elas olham o ambiente geológico de cada país, procuram o minério que estão querendo produzir. A Amazônia é uma dessas regiões, desconhecida geologicamente. Os mapas são na escala de reconhecimento e você precisa adensar esse detalhamento para encontrar novos depósitos minerais”, explicou Oliveira.

Imóveis de Serra do Navio foram construídos nos anos 1950, no Amapá — Foto: Abinoan Santiago/G1

O primeiro grande projeto de mineração industrial na Amazônia foi o projeto Icomi, implantado no Amapá na década de 1950. A partir daí, rapidamente o Brasil se tornou o quarto maior exportador mundial de manganês, retirado de uma jazida em Serra do Navio, no Oeste do estado. Foram mais de quatro décadas de exploração. Um período em que a região respirou desenvolvimento.

Em regra geral, a mineração industrial é feita com equipamentos modernos e autorizada pelos órgão de fiscalização, depois de apresentar garantias de que os impactos ambientais serão minimizados e as áreas degradadas recuperadas.

O fim do projeto Icomi deixou para trás uma grande estrutura: uma vila planejada com casas modernas, hospitais, sistema de esgoto e hidrantes, uma estrada de ferro de quase 200 quilômetros e um porto. Um legado que foi se deteriorando com os anos, destaca o doutor em desenvolvimento sustentável socioambiental, Marcelo José de Oliveira.

“A mineração é cercada por duas grandes correntes teóricas, de que ela é uma maldição porque depois que passa deixa uma situação pior – e em tese a gente vivenciou um pouco isso com Serra do Navio -, mas também para outras nações ela foi uma benção porque ajudou o país a se desenvolver. E hoje há até uma terceira via, que eu assumo, de que tudo depende do poder público saber utilizar aquilo”, falou o especialista.

Se a mineração industrial é capaz de transformar positivamente uma comunidade, é preciso que os estados e municípios encontrem um caminho para que a robustez da economia naquele local não se restrinja apenas ao período de execução do projeto.

Fonte: G1 Amapá

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