Empresas que têm base nos recursos da floresta e nos conhecimentos das populações tradicionais da Amazônia estão despontando como empreendimentos capazes de promover o desenvolvimento econômico aliado à proteção do meio ambiente. Com esse segmento em evidência, um grupo resolveu se unir e fundar a Associação de Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia (ASSOBIO).
A ASSOBIO já nasce com objetivos ousados de organizar as pautas do setor, fortalecer a representatividade e a cooperação entre os negócios e fomentar o desenvolvimento regional, tendo em vista a preservação sociocultural e ambiental e a regeneração da floresta amazônica.
De acordo com o presidente da associação, Paulo Reis, sócio da Maníoca, é preciso refletir sobre a importância da sociobioeconomia em um contexto que considere a inclusão produtiva das populações do campo e das cidades como parte das estratégias empregadas para conter as mudanças climáticas e os danos do desmatamento.
“Precisamos criar uma economia que inclua as pessoas que até agora foram excluídas. Criar negócios baseados nas nossas próprias características, na nossa identidade, na floresta de pé, no bioma preservado e na cultura rica da região é uma grande oportunidade para que a gente gere condições para as pessoas da região viverem melhor”, afirma.
A ideia da ASSOBIO já vinha sendo discutida e estruturada desde o início de 2023, mas ganhou forma apenas no final de agosto, quando 25 empresas do setor aprovaram o estatuto da nova organização e elegeram os membros da diretoria.
Desafios: recursos e parceiros
O empresário lembra que um dos desafios do processo foi captar recursos e angariar parceiros, por isso o apoio conquistado da Fundação Certi, da AMAZ Aceleradora, da Climate and Land Use Alliance (CLUA) e da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ) são motivos de comemoração.
“Ser escolhido pelas instituições foi uma tarefa desafiadora, mas também muito honrosa porque a gente conseguiu os apoiadores necessários para tirar o negócio do papel”, destaca.
Reis avalia ainda que a organização permite dar mais visibilidade às questões comuns que afetam o desenvolvimento das empresas na região, tais como a logística, a geração de tecnologia e inovação, as linhas de financiamento e as formas de utilização da sustentabilidade como um diferencial competitivo.
Protagonismo local
Além disso, Paulo Reis considera que um grupo coeso poderá se articular para tratar também das demandas específicas existentes nas áreas de cosméticos, fármacos, artesanato e moda, por exemplo. Para ele, a existência de uma associação dos negócios da sociobiodiversidade possibilita a promoção e o fortalecimento do protagonismo dos empreendimentos locais.
“A gente tem visto cada vez mais negócios de outras regiões do mundo olhando para a Amazônia como se fosse uma despensa, onde vai lá pega um ingrediente e produz alguma coisa fora daqui. O nosso interesse é que se agregue e retenha ao máximo valor na região”, defende Paulo Reis.
A ASSOBIO é formada atualmente pelas empresas: 100% Amazônia, Amazon Artesanal / Farofofa, Amazônia Smart Food, Amazonique, AMZ Tropical, Blaus Sorvetes e Picolés, Biozer / Simbioze Amazônia, Bossapack, Da Cruz Chocolates, Da Tribu, Deveras Amazônia, Darvore Cosméticos, Horta da Terra, Ju Carepa, Luísa Abram Chocolates, Maníoca, Mazô Maná, Moma, Na’kau Chocolates, Nuu, Raízes do Açaí, Sattva, Soul Brasil, Terramazônia Superplants e Urucuna.
Para mais informações e saber como se associar, entre em contato pelo e-mail secretaria.assobio@gmail.com.
*Com informações do site Pará Terra Boa