Cravada na maior floresta tropical do planeta, Manaus chega aos 353 anos sendo uma cidade complexa e cheia de peculiaridades. Afinal, qual é a cara de Manaus? Culinária, oportunidades e o estilo de vida são apenas alguns dos aspectos que carregam a característica da capital amazonense e de sua população.
Do jaraqui ao caviar, do “mon amour” ao “olha já”, Manaus é terra de gente simples, mas, nem por isso, menos intelectual. Quem olha para o guia de turismo Clemilton Leite, por exemplo, nem imagina que ele fala inglês, espanhol, italiano e francês. Há 27 anos, ele explica em diversas línguas o que é a capital amazonense. Para ele, Manaus é cultura.
Para quem chega de outros lugares, Manaus vira abrigo fácil. Elinete Fernandes, que veio de Santarém, no Pará, diz que para ela Manaus é sinônimo de aconchego.
“Eu considero essa cidade um centro de amor, de pureza. Manaus significa aconchego. Manaus é tudo pra mim”, declara a comerciante.
Mas quem chega precisa de oportunidade, de possibilidade de se desenvolver. Para a autônoma Gisa Fernandes, que também é paraense, Manaus é significa trabalho.
Os relatas de Gisa são amparados pela realidade. Isso porque só o Polo Industrial de Manaus (PIM) emprega diretamente mais de 100 mil trabalhadores.
De acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), são quase 90 bilhões de reais movimentados por ano na parque industrial. Se considerar os empregos indiretos, são mais de 500 mil pessoas empregadas com o funcionamento das cerca de 600 indústrias do polo. Então, sem dúvida, Manaus é oportunidade de trabalho.
A cara de Manaus tem até sabor. Para muitos, Manaus é café da manhã recheado de ingrediente. Na capital amazonense, é comum comer logo na primeira refeição do dia com itens como o x-caboquinho (um sanduíche feito com banana, tucumã e queij0), bolo de macaxeira, tapioca recheada, banana frita, farofa, e vale até uns produtos de outros estados, como é o caso da pamonha.
E é graças a essa cultura do café farto, que a empresária Lili Maciel conseguiu sustentar a família dela há cerca de 9 anos. É principalmente com a venda dos itens do nosso café regional que ela ainda emprega quase 20 pessoas. Ou seja, o x-caboquinho é mais que uma comida/ é um gerador de renda e trabalho.
“E o nosso café da manhã, apesar de nós termos o x-caboquinho como a iguaria principal, mas ela vai muito além. o manauara ele degusta aí do x-caboquinho, mas ele também vai pra uma tapioca caboquinha, ele vai pra uma pamonha, ele vai pra uma farofa, ele toma uma sopa. então, ele faz um mix de um café da manhã, que as pessoas que vem de fora e chegam aqui em Manaus ficam impressionadas, como que o manauara consegue se alimentar tão bem na primeira refeição da manhã.”, disse Lili Maciel.
Manaus é cultura, é aconchego, é trabalho, é café farto, mas tem um item especial que deixa a cidade ainda mais bela. Raimundo Nunes, comerciante que trabalha há vários anos lidando com gente de tudo que é canto do mundo no largo são sebastião, diz Manaus é, acima de tudo, hospitalidade.
“Eu imagino que somos um povo hospitaleiro, recebe vocês todos e nós, e de outros estados com maior alegria, com coração aberto, e seja bem-vindo a todos. muito legal, nós todos. é uma maravilha, nós receber esse povo. monte de mineiro ali, nós aqui manauara, tão tudo alegre, eu também tô, no coração.”, afirmou o comerciante.
*Com informações do site G1