A Amazônia é uma região estratégica não só para o Brasil, mas para o planeta inteiro. No entanto, ainda há muito que não sabemos sobre seu funcionamento. Para explorar este potencial, a Universidade de São Paulo (USP) acabou de lançar o Centro de Estudos da Amazônia Sustentável (CEAS).
Sob coordenação do professor Paulo Artaxo (USP) e de Gabriela di Giulio (Faculdade de Saúde Pública), a iniciativa inovadora pretende viabilizar atividades científicas com diversos objetivos, entre eles:
- Preservar a biodiversidade e a cultura dos povos originários;
- Explorar o uso sustentável dos recursos naturais;
- Ampliar os esforços para mitigação de emissões de poluentes;
- E buscar uma melhora nas condições de vida das populações amazônicas.
De acordo com Artaxo, o atual modelo de desenvolvimento amazônico não é sustentável e não explora todas as oportunidades e potenciais da região, tampouco distribui renda entre seus habitantes.
Por isso, o CEAS pretende integrar atividades realizadas em vários institutos e departamentos da USP e de instituições da região amazônica para buscar as melhores soluções para seus problemas.
Como o CEAS vai funcionar?
O CEAS está vinculado diretamente à Reitoria da USP, e já conta com mais de 30 pesquisadores associados. O centro também está firmando parcerias internacionais, em países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França, para desenvolver pesquisa de ponta.
Neste momento, estão ocorrendo diversas reuniões para definir com exatidão a missão, o regimento e os projetos que serão desenvolvidos, além de estruturar o conselho diretor e o consultivo. De acordo com Artaxo, o CEAS terá uma sede física e estará em pleno funcionamento ainda em 2023.
O foco estará no desenvolvimento de conhecimento técnico-científico que abrange não apenas os mecanismos físicos e biológicos da floresta, mas também políticos e socioeconômicos – dando grande ênfase aos diferentes povos da região, sempre respeitando seus modos de vida característicos.
Outras questões fundamentais que serão tema de estudos do centro incluem o desmatamento e seus efeitos na biodiversidade e na saúde; os impactos da floresta no clima e nas mudanças climáticas; e as relações sociais de trabalho, inclusive em casos informais e ilegais, que ocorrem de maneira abrangente na região.
Os pesquisadores ressaltam que o mais importante é transformar o conhecimento científico em inovações sociais e tecnológicas que possam de fato auxiliar na preservação do ecossistema – ao mesmo tempo que reduzem as desigualdades socioeconômicas da região, promovendo inclusão social e desenvolvimento sustentável.
O Ceas é aberto à comunidade de pesquisadores da USP, e deve resultar em grandes avanços socioeconômico e sustentáveis nos próximos anos.
*Com informações do site tempo.com