Ibama flagra aeronaves de garimpeiros ilegais ainda em atuação na Terra Yanomami

(Foto: Ibama/Divulgação)
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Aeronaves clandestinas usadas por garimpeiros ilegais continuam operando à serviço dos invasores na Terra Yanomami. Nos últimos dois dias, dois aviões e um helicóptero foram flagrados por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com apoio Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Nos três casos, as aeronaves não obedeceram as ordens de interceptação dos fiscais e conseguiram fugir da Terra Yanomami carregando minérios como ouro e cassiterita.

Imagens obtidas pelo g1 nesta quarta-feira (22) mostram o helicóptero e um dos aviões fugindo da fiscalização nas regiões dos rios Mucajaí e Uraricoera, onde há forte presença de garimpeiros.

A fiscalização às áreas mais remotas e de difícil acesso na Terra Yanomami é feita por agentes do Ibama que integram o Grupo Especial de Fiscalização (GEF) e Grupo de Resposta Rápida (GRR) da PRF – formados por profissionais considerados de elite, eles atuam contra os alvos mais complexos.

“Foram flagradas aeronaves ilegais operando na logística e escoamento de produção das atividades ilegais. Foram flagrados dois aviões e um helicóptero. Uma aeronave não tinha matrícula e as outras duas operavam com matrículas falsas”, explica o coordenador do GEF-Ibama, Felipe Finger.

Os flagrantes ocorrem dois meses após o governo federal declarar emergência sanitária em razão de indígenas Yanomami doentes no território por causa do avanço de garimpos ilegais e a anunciar uma série de medidas contra garimpeiros, incluindo a maior fiscalização do espaço aéreo.

Atualmente, há dois pontos fixos de fiscalização nos dois principais rios usados pelos garimpeiros para acessar a Terra Yanomami: em Palimiú, onde um cabo de aço foi instalado no meio do rio Uraricoera, e em Walopali, no Rio Mucajaí. Nestas regiões, todas as embarcações são fiscalizadas e os agentes têm conseguido frear as ações criminosas.

No entanto, o GEF acredita que essa fiscalização por terra tem feito com que os criminosos usem o meio aéreo para manter a logística nos garimpos ainda em atividade e também escoar os minérios retirados ilegalmente.

“Com esses bloqueios físicos nos rios a gente a conseguiu cessar a logística fluvial dele. Mas, eles alternaram exclusivamente para a logística aérea. Inclusive esses aviões e helicópteros clandestinos estão garantindo a continuação das atividade ilegais dentro do território indígena”, reforça Finger.

Questionada sobre quais medidas têm sido feitas contra as aeronaves usadas pelos invasores, a Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo controle aéreo no território, informou em nota que “as ações de controle do espaço aéreo adotadas pela FAB na região resultaram em significativa redução na atividade aérea nas áreas indígenas.”

“Além disso, dados de inteligência produzidos pela FAB são constantemente compartilhados com as demais agências envolvidas, inclusive os referentes aos tráfegos ilícitos, propiciando operações de combate às atividades ilegais. Para isso, a FAB emprega aeronaves E-99 e R-99 pertencentes à Aviação de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR)”, pontuou.

Durante as operações contra garimpeiros, agentes do Ibama e PRF destruíram 190 acampamentos clandestinos, inutilizaram mais de 100 equipamentos, como 16 balsas, geradores, motores e embarcações, e apreenderam cerca de 19 mil quilos de cassiterita extraídos de forma ilegal.

Os números do Ibama também contabilizam 570 gramas de ouro apreendidas e R$ 10.144.500 em multas aplicadas aos invasores ambientais.

*Com informações do site G1

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