Hora de agir: WWF-Brasil apresenta plano para combater a contaminação por mercúrio na Amazônia

Foto: Freepik/@brgfx
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A contaminação por mercúrio na Amazônia tem se tornado um dos maiores desafios ambientais e de saúde pública da região. Amplificada pelo garimpo clandestino, a extração ilegal de ouro expõe milhões de pessoas e ecossistemas a riscos graves. Estudos já mostraram que a ingestão diária de mercúrio excede os limites seguros nos estados na Amazônia.

Atenta ao problema, a organização ambiental WWF-Brasil lançou um plano estratégico voltado para mitigar os impactos da contaminação por mercúrio nas populações e no ambiente amazônico. A iniciativa busca enfrentar os danos causados por essa e outras atividades econômicas na região, oferecendo soluções para proteger a saúde humana e ambiental. O plano abrange três áreas prioritárias: saúde, segurança alimentar e hídrica.

A contaminação por mercúrio afeta diretamente a saúde das populações amazônicas, com riscos de danos neurológicos, especialmente em crianças e mulheres. Além disso, compromete a segurança alimentar e hídrica, pois os peixes e a água da região estão contaminados.

Para enfrentar a situação, o plano propõe diversas ações, como o monitoramento contínuo dos níveis de mercúrio nas áreas afetadas e a implementação de programas de saúde especializados. Também destaca a importância de campanhas de conscientização para informar sobre os riscos e as formas de evitar a exposição ao mercúrio.

Outras medidas incluem a instalação de sistemas de tratamento de águaproteção das nascentes e fiscalização rigorosa para prevenir novos focos de contaminação. O plano sugere, ainda, a criação de programas regionais e nacionais para monitorar a contaminação dos peixes e apoiar os pescadores em áreas de alto risco. Peixes de todos os estados amazônicos apresentam níveis de contaminação acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afetando também as populações urbanas.

Desenvolvido com a colaboração de especialistas ambientais, comunidades tradicionais e organizações da região, o documento será disponibilizado de forma gratuita, tanto em formato digital quanto impresso. A participação ativa das lideranças indígenas, especialmente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), foi fundamental para alinhar o plano às necessidades das comunidades mais vulneráveis.

“Essas ações devem ser acompanhadas de perto para garantir sua eficácia, especialmente com relação à segurança hídrica e alimentar das comunidades afetadas”, destaca Ariene Cerqueira, analista de Políticas Públicas do WWF-Brasil. Ela ressalta que o plano pode servir tanto como referência para ações comunitárias, como a diversificação alimentar, quanto como guia para governos implementarem medidas eficazes no combate à contaminação por mercúrio.

A problemática do garimpo ilegal na Amazônia não é recente e seus efeitos são devastadores. Além dos impactos na saúde ambiental, a atividade causa assoreamento de rios e erosão das margens.

Segundo o WWF-Brasil, a implementação deste plano é crucial para reduzir a exposição ao mercúrio e garantir a recuperação e proteção dos recursos naturais da região. A organização, como signatária da Convenção de Minamata, reforça a responsabilidade do Brasil em reduzir o uso do mercúrio e promover alternativas sustentáveis para as comunidades impactadas.

A Convenção de Minamata é um tratado internacional que visa proteger a saúde humana e o meio ambiente da contaminação por mercúrio e seus compostos em todo o mundo, adotada em 2013 na cidade de Minamata, no Japão, onde ocorreram graves envenenamentos por mercúrio nas décadas de 1950 e 1960.

Fonte: Um Só Planeta/Globo.

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