Cascas maceradas e chás usados tradicionalmente por moradores da região foram certificadas pelo conhecimento científico de que ajudam a tratar infecções ginecológicas.
Cultura tradicional de moradores da Amazônia, o uso de plantas medicinais para tratamento de doenças teve a eficácia mais uma vez comprovada pelo conhecimento científico. Uma estudante da Universidade Federal do Amapá (Unifap) certificou a funcionalidade de chás e cascas maceradas para tratar infecções ginecológicas.
O estudo focou em duas espécies que já são bastante utilizadas, principalmente nos municípios do interior do estado. Andréa Clementina, do curso de ciências ambientais da Unifap, tem pesquisado essas plantas há, pelo menos, um ano, para o benefício da saúde da mulher.
Analisando 5 outras pesquisas, foi constatado que são pelo menos 70 espécies de plantas usadas principalmente para infecções ginecológicas.
A utilização de plantas medicinais é uma cultura tradicional secular, repassada de geração a geração na Amazônia. E não é por acaso que as mulheres utilizam as plantas, já que muitas vezes elas estão em comunidades distantes das grandes cidades, com difícil acesso à saúde pública e até mesmo a uma farmácia.
A pesquisa foi orientada pela doutora em biodiversidade e biotecnologia, Alzira Marques Oliveira, que também já estudou nessa área.
Entre as espécies de plantas mais utilizadas estão a casca do barbatimão, muito usada como anti-inflamatório e cicatrizante, e a folha da planta verônica, que segundo estudos contribui para regulação do ciclo menstrual.
“Elas são utilizadas no asseio vaginal, para corrimento vaginal, contra inflamações diversas do útero”, comentou a professora.
Pelas redes sociais, o projeto “Manjericão – Plantas e Saberes”, do curso de ciências ambientais, desmistifica e mostra curiosidades sobre as plantas no benefício da saúde. Para o grupo, a iniciativa também serve como meio para fortalecer essa cultura que pode estar se perdendo ao longo do tempo com o desenvolvimento da região e o acesso mais fácil a medicamentos industrializados.
Fonte: G1 Amapá