Empresas que degradaram áreas de mata nativa na Amazônia aderem a projeto de recuperação

(Foto: Pexels)
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Empresas que degradaram áreas de mata nativa na Amazônia estão aderindo a um projeto de recuperação.

As mudas vão de barco e de mão em mão chegam à comunidade. Cada um faz a sua parte, recompondo o meio ambiente.

“A árvore protege a gente, a gente está embaixo da árvore, aí não pega sol na gente”, diz Adria Silva, de 6 anos.

Só que com uma diferença: os ribeirinhos ganham mais que os benefícios trazidos pela natureza. Daqui a três anos, eles vão colher os frutos dos pés de açaí. Mas a primeira renda pelo plantio já caiu. Foram dez mudas: R$ 140 na conta. Lucro por muda e pela terra cedida.

“Une o útil ao agradável. Já fazia por prazer, ganhando, incentiva mais”, afirma a produtora rural Lia Magalhães.

O projeto é de uma startup que atende empresas que são obrigadas a certificar ações ambientais e também qualquer pessoa que queira ter uma comprovação de que plantou na Amazônia, mas que, muitas vezes, não conseguem ir até a floresta cumprir a missão. Então, elas encomendam por um aplicativo gratuito.

Em todo o processo estão viveiristas, plantadores e donos de terra. Cada um ganha em torno de R$ 7 por muda. Só em uma comunidade, 35 famílias estão cadastradas.

“Eu aprendi que o nome técnico é cova, mas aqui é chamado de berço porque o que estamos plantando é vida e, a partir do momento que eu plantar, vou estar gerando a certidão de nascimento desse pé de açaí. E mais: vou poder acompanhar o crescimento dele”, conta a repórter Daniela Branches.

A foto depois de plantar é obrigatória. Só assim, a planta é georreferenciada e pode ser avistada de qualquer lugar do mundo por satélite no aplicativo. É só depois de registrar o plantio, gerar o código de GPS e pedir o certificado que a conta é acertada. Quem planta e ainda é dono da terra ganha duas vezes.

Para o produtor rural Istônio Corrêa, não é só o dinheiro que importa.

“O maior benefício é o ar puro. Futuramente, a ‘netarada’ vai consumir o suco, algum benefício que eu fiz. É isso, a gente tem que plantar, reflorestar para ter um ar puro, porque hoje o clima está demais”, diz.

As mudas saem de um viveiro muito bem cuidado. O projeto tem quatro cadastrados: um fica em São Paulo; no Amazonas, são três.

O de uma fazenda no município de Itacoatiara vem acompanhado de uma história importante de reflorestamento. O lugar foi área de um pasto malsucedido. Uma área de mais de 3 mil hectares foi recomposta por castanheiras. Por lá, são mais de 1 milhão de pés plantados ao longo de 50 anos. Raimundo Nonato, gerente operacional da Fazenda, acompanhou muito dessa transformação.

A fazenda já começou a vender e plantar mudas pelo projeto de reflorestamento remunerado. O lugar produz cerca de 150 mil mudas de castanheiras por ano. Muitas também são doadas para acelerar a recomposição do meio ambiente devastado em muitas áreas. Cem delas foram parar na propriedade do produtor rural José Ferreira, que sempre foi um plantador nato.

“Eu estou me dando bem com elas aqui. Além dela fazer uma sombra, que melhora muito o clima para a gente, porque se não tivesse essas árvores aqui, como que eu vivia dentro dessa casa?”, questiona.

Hoje o projeto da startup começou a georreferenciar a plantação antiga dele e incentivar novas como meio de renda.

“Nós temos seis biomas no Brasil e os seis são super importantes. Não existe limitações geográficas para dizer ‘ah, o que eu estou fazendo aqui só serve para a Amazônia’, ou ‘só para Mata Atlântica’, ou ‘só serve para o Cerrado’. Não! Plantar uma árvore serve para qualquer lugar do mundo. Então, o que a gente está tentando fazer é criar essa motivação para plantar árvores”, explica Vicente Tino, diretor de Inovação da startup Tree Earth.

A produtora rural Felisbela Ferreira tem consciência de que quem planta, colhe e, literalmente, tem nas mãos, o futuro.

“O que a gente plantou aqui foi uma sobrevivência e o futuro da nossa família e para o meio ambiente”, diz.
*Com informações do site G1
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