Elas fazem ciência na Amazônia: professora do ICB investiga resposta da vegetação a mudanças ambientais

(Foto: Reprodução)
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Em alusão ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), comemorada no dia 11 de fevereiro, a UFPA preparou uma série especial de reportagens com pesquisadoras de áreas diferentes que, em comum, carregam a dedicação a estudos de um campo-chave para o futuro da humanidade: Efeitos climático-ambientais.

À UFPA,  elas falaram sobre suas trajetórias como cientistas na Amazônia e destacaram suas contribuições mais recentes na área. Mulheres que fazem a UFPA e a ajudam a carregar o título não só de maior universidade do Norte e da Amazônia, como é frequentemente referida, mas também o de uma das maiores e melhores instituições de ensino e pesquisa brasileiras.

Na primeira reportagem da série, apresentamos a professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFPA (PPGECO), Grazielle Sales Teodoro. Ela desenvolve trabalhos em áreas voltadas à ecologia vegetal, com ênfase em ecologia funcional de plantas, ecofisiologia e hidráulica de plantas e, recentemente, foi anunciada como uma das vencedoras do Prêmio Para Mulheres na Ciência, uma parceria da L’Oréal Brasil, Unesco-Brasil e Academia Brasileira de Ciências.

Com o Projeto Efeito da intrusão salina e aumento da salinidade devido às mudanças climáticas em plantas de florestas inundáveis e manguezais na região amazônica, a pesquisadora foi contemplada na categoria “Ciências da Vida” e recebeu uma bolsa de R$50 mil para investir nos estudos.

“Algo bem interessante do prêmio é colocar em evidência a participação das mulheres na Ciência. Isso é muito importante, pois nos dá maior visibilidade e empenho para lutar por nossas pautas buscando uma desconstrução de preconceitos em relação à participação das meninas/mulheres nesse ‘universo’. Além disso, com uma maior representatividade, podemos incentivar e motivar mais meninas e jovens cientistas”, orgulha-se a professora. “Nessa edição do prêmio, tivemos três pesquisadoras premiadas da Região Norte, o que é muito motivante para nós que desenvolvemos nossas pesquisas na Amazônia”, completa Grazielle, que diz ter sido incentivada a participar da seleção por outra docente da UFPA premiada, a professora Thaísa Michelan, que recebeu o prêmio em 2021.

Nas pesquisas que realiza, a professora busca entender como as plantas utilizam os recursos necessários para o seu funcionamento, como água e nutrientes, e como elas respondem às variações nesses recursos e nas condições ambientais devido às mudanças climáticas e alterações no ambiente. “Estamos vivendo em um mundo em mudança, com alterações no clima e nos ambientes naturais, e entender como as plantas respondem a essas mudanças é minha grande motivação”, diz a professora, que se dedica ao tema desde 2008.

Para a pesquisadora, a preservação dos ecossistemas é fundamental, pois impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar do homem, influenciando na regulação do clima e na manutenção da qualidade/quantidade de água, para citar dois exemplos. Com o projeto enviado para o “Para Mulheres na Ciência”, Grazielle pretende avaliar como o aumento da introdução de água salina e salinidade decorrente das mudanças climáticas afetará as plantas nas florestas de várzeas e manguezais amazônicos.

“Pretendemos avaliar se a salinidade influenciará na sobrevivência das espécies e nas características funcionais relacionadas às suas estratégias ecológicas e hidráulicas”, detalha a pesquisadora que atualmente se dedica também ao Projeto Atributos funcionais e a recuperação funcional de florestas secundárias, no qual busca entender a produtividade das espécies, a relação com as estratégias de uso de água e balanço de carbono e a resistência e resiliência dessas áreas em recuperação em um gradiente sucessional.

A professora defende a união de esforços para o desenvolvimento de pesquisas na Amazônia, visto sua importância já comprovada no que diz respeito ao estoque de carbono e à manutenção das condições climáticas, numa escala local, regional e até mesmo global. “Precisamos utilizar desse conhecimento para definição de políticas públicas eficientes tanto para a recuperação das áreas desmatadas na Amazônia como também para as políticas efetivas voltadas em mitigar os problemas com a degradação da floresta, visto que são imensas as áreas de floresta que já sofreram algum distúrbio, como fragmentação, queimadas, extração de madeira e outros. Portanto precisamos de urgência nas ações de proteção da nossa floresta”, finaliza.

*Com informações do site UFPA

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