A CNT, China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co., acaba de comprar no estado do Amazonas a maior reserva de urânio do Brasil.
As duas companhias pertencem ao governo da República Popular da China.
O urânio é um metal usado na indústria da guerra, notadamente na fabricação de bombas atômicas e de hidrogênio. Enriquecido, serve também como combustível em usinas nucleares para gerar energia. No Brasil, 99% do urânio é usado para esse fim.
A riquíssima reserva, agora de propriedade chinesa, fica no município de Presidente Figueiredo, na região metropolitana de Manaus, a 107 quilômetros da capital pela rodovia federal BR-174, que leva às fronteiras com Venezuela e Guiana pelo estado de Roraima.
O negócio foi fechado na madrugada desta terça-feira (26). O anúncio já saiu até nas bolsas de valores de Pequim e de Lima (Peru).
Comunicado
A venda da reserva de urânio à China foi comunicada no início da tarde deste dia 26 de novembro ao Governo do Amazonas pela empresa mineradora Taboca, que atua na mina do Pitinga, na região da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, desde 1969.
No comunicado, a empresa diz que neste dia 26 transferiu 100% de suas ações aos chineses. “Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca”.
Informa ainda que o acordo foi firmado pela Minsur S.A., que é uma empresa peruana que controla a Taboca. Portanto, um negócio da China para os peruanos, literalmente.
Urânio de Pitinga
O BNC Amazonas apurou, junto às autoridades do Governo do Amazonas, que o urânio é apenas um dos minerais mais importantes da mina do Pitinga, além de terras raras.
Por sua vez, terras raras são um conjunto de 15 elementos químicos, os mais importantes para a indústria de fabricação de turbinas, foguetes e baterias.
A mina de urânio de Presidente Figueiredo, dessa forma, é considerada a maior do Brasil. Entretanto, ainda não foram feitas pesquisas oficiais, pelo governo brasileiro, sobre o potencial do minério dessa reserva.
Conforme especialistas do setor mineral, essa reserva agora vendida aos chineses tem também tântalo, nióbio, estanho e tório. Há quem considere que são os chamados minerais críticos e estratégicos para o Brasil.
Por exemplo, o nióbio é usado como liga super-resistente e na fabricação de foguetes, satélites espaciais, turbinas para motores a jato, mísseis e centrais elétricas de aço.
Fonte: BNC Amazonas.