Brasil corre risco de perder controle da Amazônia para o crime organizado, diz ministro do STF

(Foto: Ibama/Divulgação)
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O Brasil corre o risco de perder o controle sobre sua vasta região da floresta amazônica para o crime organizado e para os traficantes que usam a região para contrabandear drogas, alertou o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. “Existe um risco real de perder a soberania da Amazônia não para nenhum outro país, mas para o crime organizado”, disse ele.

Em entrevista à Reuters, Barroso propôs que especialistas, investidores e autoridades locais se reúnam para debater o problema e as soluções para promover o desenvolvimento sustentável na região, preservando a floresta e afastando o crime. “A preservação da Amazônia é essencial para o mundo. Defendo que o mundo contribua para a preservação da Amazônia. Obviamente queremos as ideias do mundo, mas sem abrir mão de um milímetro de soberania”, afirmou.

O ministro ressaltou ainda o papel do governo de enfrentar crimes ambientais como a extração ilegal de madeira e a mineração, o desmatamento, a grilagem de terras e o assassinato de defensores da floresta como essencial para o futuro da floresta.

A associação entre as práticas que agridem a floresta e crimes como tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro foi mapeada em um estudo divulgado neste ano pelo Instituto Igarapé. No estudo “O ecossistema do crime ambiental na Amazônia: uma análise das economias ilícitas da floresta”, os pesquisadores analisaram 369 operações da Polícia Federal no combate à criminalidade organizada na Amazônia, no período entre 2016 e 2021. O Igarapé apontou que mais de 60% das operações tinham como alvo simultâneo o combate aos crimes ambientais e à economia ilícita, que aparece com mais frequência no caso do desmatamento ilegal, na grilagem e na agricultura contaminada por ilicitudes.

Apesar do crescente reconhecimento da problemática da criminalidade organizada ambiental na Amazônia, dentro e fora do Estado brasileiro, faltam dados para a compreensão sistemática do fenômeno. Tais dados são apontados como fundamentais para apoiar uma resposta interinstitucional estratégica e eficiente ao problema, tanto nacional como regionalmente.

“Não estamos aqui tentando criminalizar o ‘peixe pequeno’, mas precisamos entender essas conexões para focar a atuação, tanto das instituições de fiscalização ambiental quanto das instituições de segurança pública e justiça criminal para desbaratar essas redes, que têm financiado, através dessas economias ilícitas, a devastação da floresta”, afirma Ilona.

*Com informações do site Um Só Planeta

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