Bombeira do AC é a única mulher em tropa brasileira enviada ao Chile para missão humanitária: ‘Ajudar o próximo é um privilégio’

(Foto: Divulgação)
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Pioneirismo e representatividade. Assim pode ser definida a carreira da bombeira militar acreana Dayanne Andrade, que ingressou na corporação em 2007, na primeira turma feminina do Corpo de Bombeiros do Acre. Logo depois, ela se formou na primeira turma de oficiais femininas. Agora, a tenente é a única mulher a integrar a missão humanitária enviada pelo Brasil para o combate a grandes incêndios florestais que atingem o Chile há vários dias.

Andrade está a serviço da Força Nacional há um ano. Para ela, apesar de o problema ser grave no território chileno, é uma honra poder contribuir com a missão.

“Quando fui selecionada para a missão humanitária no Chile, uma ação integrada entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça, não pude ficar alegre, já que muitas pessoas perderam suas casas, e há vítimas fatais. Mas é um orgulho compor essa equipe. Ter a oportunidade de ajudar ao próximo quando ele mais precisa é um privilégio, recebemos muito mais do que doamos”, ressalta.

Os critérios de seleção são rigorosos. A favor dela, contaram o fato de falar outro idioma, o espanhol, e de ser graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Acre, com capacitação em identificação de vítimas em desastres.

Rotina na operação

O Chile enfrenta um dos piores incêndios florestais dos últimos anos. Pelo menos 24 pessoas já morreram e mais de 5,5 mil estão desabrigadas. Já são 340 mil hectares queimados.

Os incêndios se concentraram nas regiões agrícolas e florestais do centro-sul do Chile e ocorrem em meio a uma seca prolongada de mais de uma década que afetou a agricultura, as paisagens urbanas e a mineração.

De acordo com o Governo Federal, no dia 9 de fevereiro foi assinada a autorização para deslocamento de agentes brasileiros ao país andino. Foram enviados dois aviões da Força Aérea Brasileira, e a Força Nacional de Segurança Pública despachou 36 profissionais e dezenas de equipamentos.

A tenente Dayanne Andrade explica que a logística da operação é complicada em razão do relevo montanhoso, clima quente e seco e com queda brusca de temperatura pela noite. A tropa brasileira está acampada em uma escola, e tem o auxílio de 6 helicópteros nas ações.

“A rotina em uma operação como essas é árdua. Para que trouxéssemos viaturas e equipamentos como tanques e bombas, além de ferramentas, viemos por via terrestre, atravessando a Argentina e descendo a cordilheira dos Andes. Foram 5 dias de viagem, e fomos empregados imediatamente. Os brigadistas chilenos comemoraram nossa chegada, é um sinal de esperança ao país”, destaca.

Para ela, a parte mais difícil é ficar longe da filha de 11 anos, e aponta o apoio da família como crucial nesse momento.

“É a parte mais difícil. Socialmente, os filhos pertencem à mãe, ou seja, em raras exceções a responsabilidade de criar e educar uma criança não recai exclusivamente à mãe. Tenho a sorte de poder contar com o apoio de minha família. Uma tia veio do Acre para cuidar dela, e meu atual companheiro em Brasília está apoiando. Ela sente, mas compreende, e venho pra missão só com metade do meu coração”, explica.

Andrade também deixa uma mensagem para outras mães que conciliam carreira e responsabilidade pela família. “Não desistam, porque uma hora a recompensa chega”, afirma.

Representatividade

Nas redes sociais, a tenente recebeu homenagens do governador do Acre Gladson Cameli e da vice Mailza Assis. O gestor parabenizou Andrade e ressaltou o orgulho de ver militares acreanos integrando a missão. Mailza destacou a representatividade da participação de uma mulher em ações humanitárias como essa.

Para Andrade, representar o Acre e ser a única mulher na operação é uma honra. Além disso, a equipe percebe a gratidão dos chilenos, que mesmo nesse momento difícil demonstram gratidão, e chegam até a levar frutas, legumes e outros alimentos aos brigadistas e bombeiros.

“A oportunidade de representar meu estado é uma honra. Sendo a única mulher na operação, encaro como oportunidade de mostrar que, aos poucos, estamos ocupando o espaço que nos é devido na sociedade. A exemplo disso, temos agora a primeira mulher comandante geral do corpo de bombeiros do país, a coronel Mônica de Mesquita Miranda, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal”, finaliza.

*Com informações do site G1

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