Dados apresentados pelo sistema Deter-B do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram que fevereiro deste ano bateu o recorde de alerta de desmatamento da série histórica, chegando a 322 km². Isso representa um aumento de 61,8% em relação ao mesmo mês em 2022, que registrou 199 km² de área desmatada. Os estados que tiveram as maiores áreas de alerta de desmatamento são Mato Grosso, Pará e Amazonas.
Por outro lado, o estado do Amapá teve o menor número de desmatamentos da Amazônia. Embora tenha havido um aumento geral na região em fevereiro, o estado registrou somente 0,34% no crescimento do desmatamento, aproximadamente cento e sessenta e seis hectares. No entanto, no mesmo período, em 2022, o estado não registrou nenhum alerta de desmatamento, é o que mostra os dados do (Inpe).
A volta do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e do Fundo Amazônia, que tem mais de R$ 3 bilhões para financiar ações de fiscalização, pode auxiliar no combate ao desmatamento. Essas iniciativas foram essenciais para a redução do desmatamento entre 2004 e 2012, mas, para enfrentar os desafios atuais, será necessário um esforço maior.
De acordo com Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, a metodologia do programa de monitoramento realizado pelo INPE é baseada em satélites ópticos e não consegue enxergar abaixo das nuvens. Além disso, as regiões sul e sudeste da Amazônia são as fronteiras de desmatamento mais ativos, e a cobertura de nuvens não é homogênea na Amazônia.
Por fim, a troca no comando do governo federal, considerando que o anterior era favorável ao desmatamento, também pode ser um dos fatores que corroboram esse aumento.