Agricultores do ramal Rio Branquinho, na zona rural de Manaus, investiram na produção da pitaya, uma fruta nutritiva cujo grande parte da produção vai para a merenda escolar, gerando renda e transformando vidas na comunidade.
Dona Raimunda Graça e o marido acompanham de perto essa transformação na produção da comunidade. Eles colhem o fruto para entrega à cooperativa, mas a agricultora relata que, no começo, foi um desafio.
“No início, a gente nem sabia como plantar. fomos na reunião, aprendermos e depois que colhemos, vimos que o resultado era bom, então, decidimos plantar mais para ter uma boa produção.”
A história se repete na propriedade de Huende. Ela tinha outros planos, mas viu na pitaya uma oportunidade, tanto que trocou a cidade pela roça
“Eu até abandonei duas faculdades para me dedicar à pitaya. Não planejeI, mas está dando certo, graças a Deus, e estou muito feliz com a produção”, afirma a agricultora.
A pitaya não traz apenas renda, mas qualidade de vida. A enfermeira Georgina Bentes está perto da aposentadoria e se encontrou no campo. No passado, a família cultivava limão, banana e cupuaçu, mas os custos eram altos. Com a pitaya tudo mudou. De setecentas mudas, hoje são cinco mil, em três hectares.
“Eu cuido delas como cuidava dos meus pacientes, com carinho. A pitaya chegou com o projeto da prefeitura, visitamos uma produção e nos empolgamos, decidimos tentar e hoje, quando olho nossa plantação, sinto muito orgulho”, afirmou.
O clima do Amazonas favorece a pitaya. A safra ocorre de janeiro a março. O fruto, além de nutritivo, está cada vez mais presente na merenda escolar.
“A pitaya transformou a vida de muitas famílias. Além de renda, a prefeitura incentivou a produção para a merenda escolar. Hoje, todo mundo toma gosto pela cultura”, disse a presidente da associação de agricultores familiares, Maria Laura Lobato.
O projeto já conta com 155 agricultores. A demanda cresce, mas a infraestrutura do ramal ainda é um desafio diante das más condições da estrada, o que prejudica o transporte.
“A gente tem vontade de produzir, o problema é como tirar essa produção daqui. As estradas estão ruins, isso atrapalha muito”, diz o presidente da Cooperativa Mista do Amazonas do Rio Branquinho, Israel Feitosa.
Mesmo com as dificuldades, a pitaya segue fortalecendo a agricultura familiar do amazonas, mais que um fruto exótico, é uma nova chance para muitas famílias da região.
Fonte: G1.