Projeto mostra que 70% da madeira extraída da floresta é desperdiçada

Foto: Real Time 1
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Viabilizar o manejo florestal sustentável na Amazônia e aumentar o rendimento da indústria de base florestal da região com a ajuda da tecnologia são os objetivos de um projeto do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia de Madeiras da Amazônia (INCT), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O projeto do INCT Madeiras da Amazônia é coordenado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Niro Higuchi. Segundo o pesquisador, há um baixo rendimento da indústria madeireira na Amazônia, com cerca de 70% de uma tora de árvore sendo desperdiçada.

Isso afeta diretamente na consolidação do manejo florestal sustentável na região, surgindo a necessidade de uma série de iniciativas para mudar esse cenário, incluindo o uso da tecnologia.

Ele acrescenta ainda que a idade média das árvores da Amazônia é de 490 anos. A mais antiga possui 1.400 anos e o atual modelo de exploração florestal tem retirado em torno de 20 metros cúbicos de madeira em tora por hectare, dos quais menos de 30% são transformados em produtos.

Podemos encurtar o tempo necessário para se obter resultados, e colocar os dados em uma escala maior. É algo fundamental, porque apenas o nosso trabalho de campo não é suficiente para ampliar esse conhecimento”, comenta Higuchi, lembrando que todas as coletas são feitas com o uso da tecnologia, incluindo ferramentas desenvolvidas pela própria equipe da pesquisa.

A previsão é que se crie um algoritmo que permita a descrição do inventário das árvores, com resultados mais precisos e imagens obtidas remotamente, detalhando informações que podem servir de referência para análises do crescimento e desenvolvimento de florestas manejadas.

A base do programa de pesquisa é uma estação experimental do Inpa, conhecida como ‘ZF2’. Localizada a 90 km a noroeste de Manaus, a região possui 23 km de estrada não pavimentada. O projeto conta com um processo de capacitação em suas equipes.

Nós temos a capacitação formal, por meio da pós-graduação, como o Programa de Ciências de Florestas Tropicais (Inpa/MCTI) e também a capacitação informal para alunos do ensino fundamental, do ensino médio e professores. Além disso, temos treinamentos para a Polícia Federal, o Instituto ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas)”, disse Niro Higuchi.

Indicadores da qualidade

O coordenador do INCT explica também que os estudos de indicadores da qualidade desse tipo de manejo podem ajudar também a entender a dinâmica das “florestas perturbadas e não perturbadas naturalmente”, aquelas impactadas pela seca e pela chuva convectiva (chuva rápida ou de verão) ou que são exploradas pelo homem em diferentes níveis.

Com relação às outras potencialidades geradas a partir deste estudo, novas tecnologias poderão ser aplicadas na confecção de instrumentos musicais, como o ukulele. E ainda na fabricação de diferentes peças na construção civil e no setor moveleiro. Tais artefatos são criados com base em resíduos madeireiros, toras de pequenos diâmetros, árvores naturalmente caídas e outras espécies de árvores amazônicas.

Niro Higuchi explica que a floresta remanescente da Amazônia tem grande parte preservada, mas o que poderia gerar oportunidades de projetos para o Brasil pode se transformar em ameaça aos ecossistemas amazônicos se não houver controle apropriado.

A socialização do conhecimento também está entre as prioridades do projeto. A ideia é apresentar os dados coletados ao público através de palestras e cursos de curta duração.

Fonte: Real Time 1.

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