Ser dona do próprio negócio é um sonho que se torna cada vez mais realidade para as mulheres do Tocantins. Aliando competência, conhecimento e liderança, as mulheres representam 28% do perfil de empreendedores de pequenos negócios no estado, de acordo com o Sebrae. Esse número equivale a mais de 58 mil mulheres são donas de pequenos negócios. Em comparação ao primeiro trimestre de 2022, os dados representam um acréscimo de 1,2%.
Ao se fazer o recorte de Microempreendedor Individual (MEI), o número dessa categoria de empresa registrada por mulheres representa 41,47% dos cadastros. Dessas empreendedoras, 58% são chefes de casa, com a principal renda familiar. “Permanece o perfil multitarefas, de mulher mãe, mulher esposa, mulher empreendedora”, comenta a analista do Sebrae, Sirlene Martins.
De acordo com o Sebrae, a maioria das empreendedoras tem entre 35 e 54 anos, representando 48% do total. Já as mulheres de até 34 anos representam 32% do empreendedorismo feminino, enquanto 19% têm 55 anos ou mais.
A versatilidade de comando feminino pode ser um dos diferenciais desse número crescente. Os segmentos mais comandados por mulheres são de beleza, vestuário, serviço fornecimento de alimentos (para consumo próprio ou em eventos), alimentação, comércio de produtos farmacêuticos, cosméticos e confecção.
Cecília Santos é uma dessas empresárias. Ela gerencia uma empresa de assessoria de imprensa e tem um brechó em Palmas. A empreendedora conta que realizou um sonho de infância. “Quando imaginava meu futuro profissional eu tinha a imagem de que estaria à frente de algo. Claro que antes de começar a empreender, precisei passar por vários empregos, mas tudo foi base para começar algo que seria meu”, afirma a empresária.
A gestão dessas mulheres tem dado certo. Prova disso é que 75% dessas empresas contam com mais de dois anos de atividade, época que representa a fase mais difícil do empreendedorismo. “É o modelo de negócio que mais cresce no Brasil. Da mesma forma que as mulheres têm ocupado espaço, serviços e empregos em grandes empresas, elas também estão buscando o seu espaço no empreendedorismo”, destaca o gerente do Sebrae, Fernando Ferrarin.
Liderança
Outro número que tem crescido é o das mulheres em cargos de liderança. Atualmente, 38% dessas posições são ocupadas por elas. Mas o caminho nem sempre é fácil.
“Lidar com machismo, dúvidas constantes sobre a minha capacidade de gerir, simplesmente por causa do meu gênero. Isso sem contar na dificuldade que é conciliar casa, vida pessoal e trabalho. Mas eu me orgulho muito de estar aqui. Me orgulho também das mulheres empreendendo. Adoro encontrar outras profissionais, que são minhas concorrentes no mercado, mas que são mulheres que admiro. Sei da dificuldade que elas passam diariamente e sei o tanto que é preciso coragem para fazer o que fazemos”, comenta a empresária Cecília Santos.
Essa parceria entre as mulheres é fundamental para fazer com que elas conquistem mais espaços. A especialista em recursos humanos Letícia Santana destaca a importância dessa união. “Em condição de liderança, meu apelo para as mulheres que tem esse cargo de liderança é de abrir caminhos para outras mulheres, para que, juntas, possamos construir uma nova realidade mais igualitária, com mais inclusão para todas”, comenta.
Apesar dos avanços, há muito o que conquistar. Não só mais espaços, mas também respeito e valorização ao trabalho. “Essa luta é constante. AS mulheres no espaço de poder muitas pessoas se sentem ameaçadas, então é muito importante que a mulher se posicione e exija o que é dela de direito”, finaliza Letícia.
*Com informações do site G1