Tashka Peshaho se tornou líder da Aldeia Mutum, no Acre, em 2001, e foi um dos responsáveis por levar o povo Yawanawa a um período com muito mais autonomia e dignidade. No fim do século 20, os Yawanawa experimentaram o pior do relacionamento com invasores: exploração econômica nos seringais e abuso espiritual por parte de missionários evangélicos, com disparada de problemas como endividamento, alcoolismo e violência.
A partir de um contato inicial com a fabricante de cosméticos americana Aveda na Rio-92, e com a visão de líderes como Tashka, os Yawanawa passaram a tomar decisões de forma independente e empreendedora. O trabalho nas aldeias passou a incluir ecoturismo, criação de biojoias e fornecimento de sementes de açaí e urucum. As marcas de moda Bottletop, do Reino Unido, Chilli Beans e Farm, do Brasil, são três das parceiras mais recentes.
O líder indígena participou da segunda edição do FIINSA (Festival de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis na Amazônia), em Manaus, e, antes de sua fala, abençoou o evento seguindo um ritual Yawanawa. Em seguida, apresentou algumas condições para que o trabalho conjunto entre empresas e indígenas seja bem-sucedido:
1. “A parceria com a Aveda funciona porque não somos tratados como funcionários. Somos vistos como parceiros”;
3. “nenhuma empresa pode interferir no funcionamento da aldeia no dia a dia”;
4. “o tempo na aldeia não é como o tempo numa empresa. Não dá para querer marcar reunião de repente, para dali a 10 minutos”;
5. “quando for preciso, a conversa tem de ser entre líderes, sem intermediários”.
*Com informações do site Um Só Planeta